O livro surge do trabalho educativo da autora, que resiste ao fatalismo como justificativa para a desigualdade. Trata da experienciação – ponto de vida da relação entre Estado, a sociedade civil, as políticas de Educação Popular (EP) e a correlação de forças na luta social, em oposição à cidadania liberal. Freireanamente, denuncia que a educação escolar na hegemonia capitalista contribui para o aprimoramento criativo das relações de subordinação da classe trabalhadora. Compreende a educação popular nos movimentos sociais como anúncio de projetos societários. As dimensões pedagógicas, organizativas, políticas, na análise da Recid consideram: a ontologia – dimensão política da Rede e a relação entre os movimentos sociais e o Estado; a reflexão – organização coletiva-pedagógica; a história – a educação em seu processo amplo de organização dos movimentos sociais (articulação da classe trabalhadora); por fim, a transição – a historicidade do projeto da Recid e a dialética como princípio. Aborda a contradição na estrutura do Estado-governo-movimentos sociais e as especificidades do Brasil entre os anos 2003 e 2016 e a luta pela construção do poder popular. Refuta a ideia de impossibilidade da emancipação social. Problematiza os limites da cidadania liberal e a ideia de rede global, cujas forças se mobilizam e são mobilizadas para o aprimoramento do capitalismo. Aborda as Redes Alternativas que somam na construção de um projeto societário para a dignidade humana.
Elen Tavares
UFV