A formação de professores mostra uma busca incessante com o foco voltado para as mudanças no atual paradigma educacional, porém, na atualidade, ainda prevalece a transmissão de um saber pronto e acabado, inapto para o desenvolvimento dos aspectos cognitivos e/ou construtivistas com características socioambientais. Ainda que se reconheçam processos direcionados às mudanças curriculares e metodológicas, defronta-se com forte resistência interna das Instituições de ensino superior, existindo uma forte convicção da reprodução de saberes prontos e acabados oriundos de uma concepção de currículo tradicional presente e marcante na formação de professores. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é refletir sobre a formação de professores partindo-se da análise das práticas educativa e docente em relação ao paradigma da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS), no Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Estadual de Roraima (UERR). Foi feita a investigação dos fundamentos da EDS existente dentro do Projeto Pedagógico do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas (PPCLCB) e a discussão das percepções dos professores, alunos e egressos, com os autores do marco teórico utilizando-se a metodologia analítica, descritiva e interpretativa. Para aprofundamento desta investigação avaliou-se a práxis pedagógica dos professores egressos do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, no exercício profissional e docente, quando da utilização dos saberes recebido na formação inicial, levando-se em conta o paradigma da EDS. A pesquisa constitui-se numa contínua interação entre o pensar e o fazer docente. O pensar envolve aspectos qualitativos aliados às contribuições do processo reflexivo do método hermenêutico e a relação dialética existente entre o pensar e o fazer. Sabe-se que não é suficiente somente o pensar e fazer, sendo também necessário em ambas às situações, a presença dos conhecimentos científicos, principalmente na busca das relações com os aspectos cognitivos e socioambientais. O paradigma da EDS proposto pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) como um olhar para as questões ambientais, subsidiou o caminho da construção do arcabouço teórico da pesquisa por possibilitar destacar as possibilidades do ser humano em qualquer atividade, para desempenhar esta responsabilidade social seja como educadores ambientais formais e/ou informais. A EDS, neste sentido, requer uma nova visão de educação, uma educação que desenvolva conhecimentos e habilidades voltadas para o respeito à natureza, para que possamos enquanto cidadãos manter um comprometimento com um futuro sustentável. Em 1987 o Desenvolvimento Sustentável, foi pela primeira vez apoiado pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Desde então, o conceito de Desenvolvimento Sustentável vem sendo debatido e uma série de medidas vem sendo implantadas a este respeito. A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD) foi realizado no Rio de Janeiro em 1992. Este evento foi denominado "Rio 92" e reuniu sociedade civil, representantes de governos, organizações internacionais e não governamentais. "Teve por finalidade discutir os desafios do próximo século e adotar um plano global de ação, conhecido como ''Agenda 21". Os princípios básicos da "Agenda 21" são a implementação de políticas e o programa para o Desenvolvimento Sustentável. Desde a referida Conferência, a Comissão para o Desenvolvimento Sustentável, indicou a UNESCO, para coordenar o capítulo 36 da Agenda 21, responsável entre outras atribuições, por acelerar as reformas na educação, disseminar políticas, programas e práticas inovadoras para EDS.