O objeto de investigação desta dissertação refere-se à formação docente e ao perfil dos professores que lidam com o desafio da educação inclusiva no dia a dia de uma escolapública,situadaembairroperifériconomunicípiodeRibeirão Preto / SP. Compreendemos a educação especial numa perspectiva inclusiva – como a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. O professor encontra-se diante do desafio de uma docência que busca se pautar no intercâmbio psicossocial da sala de aula, na ação reflexiva e colaborativa, podendo construir novas estratégias de ação pedagógica voltadas para todos os estudantes, inclusive os que apresentam algum tipo de deficiência. Adotamos como objetivo geral, investigar concepções de inclusão e de necessidades formativas dos docentes relacionadas à sua atuação com os estudantes público-alvo da educação especial. Como objetivos específicos, buscamos discutir o conceito de educação inclusiva, enfatizando os desafios trazidos pelos estudantes com deficiência para a escola brasileira; investigar a formação docente no contexto da escola inclusiva, evidenciando as necessidades formativas para lidar com alunos com deficiência na sala de aula regular e traçar o perfil dos professores de uma escola pública, destacando suas concepções de inclusão. Desenvolvemos um estudo de caso de cunho qualitativo que teve como instrumentos no processo de coleta dos dados a observação do campo da pesquisa, a análise de documentos, o questionário semiaberto e a entrevista semiestruturada. Após a análise dos questionários, compostos por 25 questões, eles foram aplicados aos 20 professores participantes da pesquisa. Foram ainda escolhidos quatro professores para serem entrevistados, assim delineados: dois com experiência na docência de pessoas com deficiência e com formação na área de educação especial e dois com experiência na docência, sem formação na área. A partir da Análise de Conteúdo, os dados evidenciaram que a maioria dos sujeitos é do sexo feminino, casada e efetiva na educação pública municipal; 95% do grupo têm formação inicial completa em nível superior (graduação/licenciatura); sobre à formação continuada 50% cursaram ou cursam Pós-Graduação lato sensu; 15% dos docentes realizaram alguma formação em Educação Especial; os sujeitos compreendem que a educação inclusiva deve garantir o acesso e a permanência de todos os estudantes em sala de aula, independentemente de características de quaisquer ordens; 25% dos sujeitos demonstraram interesse pela formação para lecionar a alunos com deficiência; o contato com um aluno com deficiência em sala de aula pode levar a um processo de desenvolvimento profissional na busca por superar desafios, entre outros achados. Os cenários da educação inclusiva, desvelados neste estudo, mostram professores que reconhecem necessidades formativas relativas à educação inclusiva, contudo revelam pouca clareza sobre o que, de fato, deve compor experiências formativas com estudantes com deficiência. Talvez o maior desafio seja colaborar para que os docentes tenham acesso a formações que ampliem sua competência para compreender os caminhos do ensinar e do aprender para todos os seus alunos.