A obra surge da necessidade de compreendermos o valor da educação, especialmente da educação formal, para os alunos presos. É fruto de estudos e de pesquisa realizada no Centro de Ressocialização de Cuiabá/MT. A fundamentação teórica está amparada, fundamentalmente, no materialismo histórico e, assim, busca respaldo na criminologia crítica que faz o deslocamento do foco da análise do fenômeno criminal do sujeito criminalizado para o sistema penal e seus processos de criminalização. As reflexões a respeito do tema revelam que, embora haja elementos comuns à educação para os jovens e adultos que estão em liberdade, na prisão existem aqueles que lhe são próprios. O valor da educação é ampliado, permite a liberdade e a esperança de transformação da realidade desse mundo primitivo.A sala de aula, ao contrário da cela, é um lugar onde vivenciam experiências de interação, existindo a possibilidade de respeito recíproco, das trocas e da cooperação, o que colabora para que a pena possa ser vivida de maneira mais humana. A educação, para a maioria, tem um valor humano em si, desconectado da esperança de alcançarem maior status econômico e social. A negação do direito à educação ou seu oferecimento de forma precária não é o único fator desencadeante da criminalidade, mas, agregada às demais formas de exclusão social, muitas vezes por ela provocada, pode ser fator determinante.