Este trabalho teve como objetivo principal a pesquisa sobre o processo de financeirização do capital no ensino superior do setor privado com fins lucrativos no Brasil (2013-2014), por meio dos estudos de caso da Anhanguera Educacional Participações S.A., Estácio Participações S.A. e Kroton Educacional S.A. Com a revisão bibliográfica de trabalhos pertinentes ao tema, de natureza interdisciplinar, como livros, artigos, teses, dissertações e textos publicados em veículos de comunicação de massa, junto com os dados estatísticos disponibilizados principalmente por instituições governamentais e pelas empresas educacionais, almeja-se dar continuidade, por meio de uma abordagem qualitativa, a uma pesquisa iniciada quando do trabalho de doutoramento deste autor, que percorreu a referida problemática para as três companhias, entre os anos de 2007 a 2012. Mesmo que o assunto tenha despertado no período recente a preocupação de um maior número de pesquisadores, as pesquisas sobre essa questão ainda são bastante insuficientes. Diante do trabalho que foi feito, observou-se um importante crescimento para as companhias selecionadas, tanto no ensino presencial quanto a distância, com a Kroton Educacional S.A. tendo obtido o maior destaque, particularmente com essa última modalidade, bem como um crescimento destacado nas suas rubricas financeiras. Assim, passaram a ter como importantes parceiros grandes investidores institucionais financeiros, sobretudo os Fundos de Equidade Privada, que passaram a ser os seus principais acionistas. Pelas novas estratégias de gestão corporativa, constatou-se que no período de um exercício social, ou seja, de um ano, podem ocorrer substantivas mudanças nos resultados operacionais e financeiros de cada companhia. Com isso, tem-se evidenciado um rápido processo de oligopolização, em especial nas matrículas, associadas às instituições. Essa forma de mercantilização educacional, pela magnitude que tem tomado na movimentação de capitais, levanta questões importantes, entre elas, a força do ensino superior, e das companhias de capital aberto, no ensino superior brasileiro; a qualidade educacional; a participação dos recursos financeiros públicos na receita das companhias privadas; as estratégias de gestão corporativa para o crescimento dos negócios; ou as margens de lucro no mercado de ações.