Esta obra revela aspectos ou indícios da sustentabilidade em uma universidade pública paulista multicampi a partir dos pressupostos e das práticas educativas ambientais promovidas no contexto universitário em suas diferentes dimensões. Pesquisa originada para o exame de livre-docência da autora, apresenta, como destaca Carlos Rodrigues Brandão no prefácio, "uma peculiar e rara ousadia em nossos estudos sobre as relações entre a universidade e o ambientalismo – educação ambiental incluída – ela (a autora) inverte a direção do olhar, e pergunta: 'e aqui no quintal de casa, o que tem sido feito?' 'O que deu certo ao ser experimentado?' 'O que pode ainda ser pensado e posto em prática?'. Ou seja, utilizando-se dos construtos teóricos que mediam o campo educativo ambiental, articula as ideias de autores como Boaventura de Souza Santos, do campo da Sociologia, António Damásio, da Neurociência, e Lev Semyonovich Vigotski, no campo da Psicologia Histórico-Cultural, relacionando iniciativas promissoras – e outras nem tanto – no contexto das nossas universidades públicas. A título de conclusão, a autora indica que a Educação Ambiental está no vértice das relações entre natureza e cultura, e, portanto, ambientalizar e promover amplamente a sustentabilidade nos campi universitários requer transformações profundas nos modos de fazer, ser e atuar das instituições educativas, que incluem contribuir efetivamente para a constituição de pessoas que revisitem seus modos de pensar suas práticas sociais e profissionais. E parafraseando Michel Serres em sua obra 'O contrato natural' (1991), quando destaca que a natureza possui significados atribuídos pelo pensamento humano, nas sociedades contemporâneas nos apartamos dos fenômenos naturais desenvolvendo uma cultura e uma consciência que alicerçam práticas sociais que têm destruído vidas ecomprometido a existência dos demais elementos que compõem e viabilizam a biota do planeta. Cabe à Educação Ambiental redimensionar essa relação de forma a estabelecer um contrato natural entre sociedade e natureza. A base desse contrato está em o homo sapiens se perceber como fruto e dependente da natureza, inclusive para constituir-se como humano.