Por que Ecologia e Política à Luz do Tao? E o que é TAO? Antes de responder, convém tornar claro um ponto. Efetivamente, achar que este é apenas um livro de Ecologia e Política, é fazer uma grande injustiça a seu autor e compilador e a todo o conteúdo da obra. Este trabalho, é sim, um verdadeiro tratado de Filosofia, Psicologia, Sabedoria, Espiritualidade, Monismo, Humanismo, incluindo Ecologia e Política. O autor mostra que a arte de bem governar os homens não surgiu na Grécia, como sempre se supôs, mas surgiu no Extremo Oriente. Ademais salienta o fato de que há 2.500 anos, na China, já se alertava para a importância do equilíbrio ecológico. A grande lição ecológica que TAO ou a Grande Verdade dos Chineses nos dá é aquela de nos alertar de que novos medicamentos ou atitudes tempestivas (pesticidas, adubos químicos, herbicidas etc.) nem sempre são a grande solução para os males (inexistentes) da Natureza. Ao contrário, no livro sugere-se que o que poderia salvar o Homem e a Natureza de uma possível destruição e perdição são exatamente as não-intenções, as não-decisões, os não-agir de modo proposital, os não-remédios (não-pesticidas, não-herbicidas, não-adubos químicos etc.). Ademais, para um enfoque político-taoísta, o pior dos governos sempre será aquele que estiver constituído por teóricos especuladores, por políticos falastrões e por tecnocratas, já que estes infalivelmente substituirão todos os processos naturais de um bom governar por teses e teorias, ou senão por leis esdrúxulas. A incapacidade deles de executar a Ação Pura, de praticar a Verdadeira Ação (ou wu-wei ), traduzir-se-á exatamente por uma catastrófica enxurrada de idéias e proposições estapafúrdias. Um homem puramente intelectual e racional, como certos economistas e sociólogos de nosso tempo, não imbuído de sensibilidade, é um tremendo perigo para qualquer Estado ou Governo que se preze, posto que, com toda certeza, irá legislar sobre tudo e sobre todos, de modo calculado, frio e mesquinho, quando não for um entreguista de marca maior. Tal indivíduo pretenderá construir uma sociedade geométrica, regida por leis matemáticas da conveniência e da probabilidade, uma sociedade tipo colméia de abelhas, não se dando conta de que essa absurda geometrização legislativa e executiva destruirá a liberdade da criatura e o vigor natural de seus componentes, os homens comuns, e que são a base de qualquer sociedade.