É só uma Picadinha é um texto de autoficção, no qual percepções, sentimentos, temores e fantasias se misturam na tentativa da autora de compreender e elaborar a vivência de um câncer de mama. Ao longo da leitura, encontra-se o relato de um inevitável sofrimento, entremeado de pitadas de humor. O câncer de mama é uma doença não letal, se diagnosticada e tratada de forma precoce. Segundo o Instituto Protea, estima-se que mais de 66 mil brasileiras terão ou já tiveram câncer de mama em 2022. Por dia, 42 brasileiras morrem da doença. A associação entre as palavras "câncer" e "mortalidade", torna sua simples menção assustadora. O que se sabe hoje, no entanto, é que o câncer de mama é uma doença multifatorial e que requer um tratamento quase que individualizado. Esta constatação da singularidade da doença é essencial para a sua compreensão e enfrentamento. Em É só uma Picadinha, a autora apresenta a sua vivência do câncer, sem esperar que suas angústias, dores e descobertas sejam iguais ou sequer semelhantes às de outras mulheres. Entretanto, o texto nos mostra que o humor, a imaginação, o amor e as amizades podem ser bases de sustentação indispensáveis para quem luta pela sua vida, sua autoestima e seu equilíbrio. Espera-se que a leitura ajude as mulheres atingidas a lidar com um período tão difícil de suas vidas, bem como apoie aqueles que convivem com elas.