Nota-se que para tecer loas ao papel positivo das redes sociais inúmeros textos são apresentados diuturnamente. De fato, não há como negar as incríveis possibilidades que as redes promovem. Contudo, tudo tem seu avesso. Aqui tomamos outro caminho, propusemo-nos a apresentar um contraponto a esse, suposto, mundo idílico. Apresentamos neste ensaio a perspectiva que toda a provação que não mata é salutar, mas deixa marcas profundas, e, às vezes, irreparáveis. As redes são parte da dinâmica social hipermoderna. A virtualização da vida transformou-se na estetização do ser. É a rede[calização]. Neologismo que identifica as redes sociais como ambientes radicalmente opostos à sua primeira proposição: integrar pessoas. Tanto tempo depois as evidências indicam que esses ambientes se tornaram um selecionador implacável que destruiu a subjetividade. Nota-se que a mutação contemporânea se estende para além das redes sociais, perpassando por um mundo-tela (tela da informação, tela música, tela jogo, tela documento, tela vigilância, enfim, uma tela vida...). Essa fachada comprime a existência dos indivíduos. Afinal, nada mais somos, independente de quem somos, do que gente comum. Parece-nos que nas farmácias ainda não se vende medicamentos contra essa hipocrisia da filosofia-consolação. E você? O que acha disso tudo?