"As pessoas me perguntam se Deus me protegeu. Isso significa que ele não protegeu os que morreram? Sinto-me totalmente incapaz de responder a essa pergunta. Quase sempre, era tudo uma questão de tempo: uma quinzena depois, eu não teria continuado viva."
Março de 1939. As tropas alemãs entram em Praga, e começa o terror para os judeus checos. Inicia-se, então, É Hora de Falar, uma notável história de coragem e resistência durante o Holocausto.
Helen Lewis, uma jovem estudante de dança em Praga durante a eclosão da II Guerra Mundial, foi parar no gueto de Terezín e, depois, deportada para Auschwitz. Separada de sua família, ela se esforçou para viver em meio à carnificina da Solução Final de Hitler. Como e o que fez para sobreviver é uma história emocionante, contada com humor, franqueza e alguma raiva, mas sem, em momento algum, dar espaço para a autocomiseração.
Em É Hora de Falar, Helen mapeia as profundezas do Inferno e, ao fazê-lo, nos arrebata com uma obra de arte irrepreensível. Mesmo nos guiando por um terreno repleto de pesadelos apavorantes ela não pisa em falso. Seu tom permanece sereno; seu estilo, simples. Mas essa forma de expressão esconde o martírio de sua necessidade de recordar.
É Hora de Falar teve sua primeira edição publicada em 1992 e aumentou a fama e o reconhecimento de Helen como escritora, locutora e oradora. Frequentemente ministrava palestras para grupos comunitários e escolas, função que levava muito a sério. Sua contribuição para a vida sociocultural da Irlanda do Norte foi reconhecida com a concessão do título de doutora honoris causa pela Universidade de Ulster e pela Universidade da Rainha, de Belfast, bem como a de Membro da Ordem do Império Britânico, em 2000. Helen faleceu em 31 de dezembro de 2009. É Hora de Falar foi o único livro que escreveu.