Em uma das sessões que tive com Dr. "Vader" perguntei a ele se eu teria oportunidade de beber "socialmente" um dia. Ele respondeu que sim, desde que eu não fosse escravo da bebida. Saí de lá com sorriso de canto a canto do rosto. A felicidade irradiava. Era tudo que eu queria ouvir de um monstro da psiquiatria como ele. Um túnel de 10 km na escuridão total e lá do outro lado uma chama de uma vela, quase imperceptível, que só eu, na minha esperança, podia vê-la. Então todos os dias a partir daquele dia já levantava da cama com aquele pensamento "faça o certo, faça por onde que você vai chegar lá! Você vai poder voltar!". Todos os grupos, todos eu lembrava daquela frase que ele falou. A voz grossa e firme daquele homem de competência inigualável ecoava na minha mente. Não raro às vezes me distraía com ele falando e eu tinha que voltar a me concentrar no grupo. "Respira, rapaz" pensava eu... "quanto mais rápido e seguro você sair daqui, você volta a beber na manha, de leve, do jeito que você sempre quis".
[...] "Me rendo! Sou seu escravo para sempre e dessa luta não vou mais brigar contra você. Apesar de ser possível com minha garra e determinação chegar até você, não sei se ao chegar conseguirei viver junto contigo. Diante disso, entrego-me a você minha fraqueza e minha derrota. Reconheço que você é mais forte do que eu!", virei-me e voltei para o começo do túnel, que é de onde eu gostaria e estou recomeçando.