Ouvi pela primeira vez a história de Pedrinho Matador quando tinha 17 anos, através de uma matéria de jornal, e seu relato muito me fascinou. Como a maioria dos adolescentes, eu gostava de filmes de terror e o comparava a um Jason Voorhees, de Sexta Feira 13 ou a um Freddy Krueger, da Hora do Pesadelo, só que um ser real. Passei a acompanhá-lo através das matérias de televisão e da internet. Tinha imensa curiosidade de conhecer essa criatura tão temida, enigmática. Como seria ficar cara a cara com um homem que já tirou tantas vidas, o que se passa pela sua cabeça, como uma pessoa que ficou tanto tempo preso e conseguiu sobreviver? 42 anos – dentre esses, 19 anos nas mãos da psiquiatria – em um dos piores sistemas carcerários do mundo, com tantos inimigos e hoje vive uma vida normal. Como pode haver "normalidade" em alguém que alega ter matado "umas cem pessoas"? Poderia um homem em tais circunstâncias, taxado de um ser irrecuperável, agora viver entre a sociedade? O que aconteceu, o que causou essa mudança tão radical? Todas essas perguntas inundavam minha mente quando pensava no Pedrinho Matador. Quando tive o conhecimento que ele estava em uma clínica em São Paulo entrei em contato com o proprietário e me dispus a escrever sua história na íntegra. Ele aceitou de imediato e logo viajei de Minas Gerais, onde moro, para São Paulo e estive com o maior serial killer do país durante doze dias, este livro conta essa experiência ímpar.