O livro Dorothy Stang: Invasão, Conflitos e Homicídio é uma adaptação da tese de doutorado da autora, defendida em 09 de janeiro de 2017, na Universidade do Porto em Portugal. Apresenta um olhar antagônico sobre o que é encontrado, tanto na versão jurídica oficial quanto na mídia formadora de opinião pública, a respeito do inquérito e julgamentos do assassinato da irmã Dorothy Stang.Esta obra parte dos conceitos básicos dos clássicos da sociologia para análise do Estudo de Caso ocorrido no contexto amazônico do município de Anapu, onde foram estabelecidas relações sociais conflituosas entre a irmã Dorothy, assentados do MST e fazendeiros. Isso com a conivência do Estado por meio de seus órgãos fundiários, que, ao não viabilizarem seus próprios projetos de Reforma Agrária, fomentaram, segundo o termo conceitual de Durkheim, o Fato Social que mais ofende a Consciência Coletiva é o Crime, no caso aqui apresentado, cometido contra a irmã Dorothy Stang.À essa análise foi agregada a teoria jurídica do Iter Victimae para melhor compreender essa Ação Social.. Concomitantemente, discute, à luz dos conceitos de Poder, Legitimação e Dominação, o papel do Estado em relação ao crime e às contradições contidas no sistema de racionalidade jurídico-positiva diante do Poder Simbólico e da pluralidade jurídica presente naquele espaço anapuense. Observa-se a edificação do cenário tripartite – polícia federal, polícia estadual e Ministério Público – desde a fase do inquérito até a esfera dos julgamentos populares regados de emocionalização e espetacularização pactuada entre a mídia na condição de aparelho ideológico e o poder jurídico, representante clássico dos aparelhos repressivos do Estado.