Esta obra decorre da análise do romance Quarup de Antônio Callado, publicado em 1967, consistindo em inventário de sua fortuna e composição crítica, com ênfase no seu enredo, tempo-espaço, diegética, linguagem e personagens, bem como seu close reading, onde se destacam os temas aflorados em relação aos aspectos históricos, jurídicos e sociais em intelecção crítica. O suporte teórico teve como base o pensamento crítico de Antonio Cândido, especialmente em relação à distinção entre o pensamento radical e o revolucionário presentes na obra analisada em regresso temporal a um tempo de reiteradas violências nunca extintas, particularmente, contra os povos indígenas e minorias, muitas vezes, através de relações potencializadas em infinitas conflitualidades, brilhantemente narradas de forma lúcida e zelosa por Callado. Bom destacar que a preocupação com o Brasil fez de Callado um intolerante à liberdade pela metade, por isso sua combatividade ávida e peculiar, denunciando, seja em romance, seja em matérias jornalísticas, as impropriedades e incongruências dos muitos brasis retratados em sua obra, o que o coloca como radical em revolução. Em complemento, esta obra traz em seu apêndice um glossário de 204 palavras de origem indígena localizadas em Quarup.