Depois dos romances ¨O Senhor das Caminhadas¨ e ¨Nunca me Contaram¨, Mauro Fiterman, em ¨Do meu jeito¨, proporciona experiências que desafiam sentimentos comuns e, assim, libertam o leitor de amarras impostas por uma sociedade que busca delimitar regras e modelos de viver: um verdadeiro quadro sem moldura. Em ¨Do meu jeito¨, nada é mais concreto que as compreensões impostas pelos delicados sentimentos que cada pessoa leva consigo; em parte, de forma involuntária, mas também por suas próprias escolhas. Ao mesmo tempo que dá espaço para a observação acerca das fragilidades de cada um, não perdoa as consequências que decorrem delas, permitindo ao leitor que use a história como um incômodo e permanente instrumento de revisão de seus próprios atos. Enfim, uma ficção que oferece um viés diverso, até mesmo desconfortável, sobre temas que estão ao nosso lado ou, quem sabe, dentro de cada um de nós.