Os fantasmas, as asas e os destinos se cruzam em um pequeno povoado. Poderia ser ali ou em outro lugar qualquer. Vivem ali personagens visíveis e invisíveis que se encontram, se emaranham e se reconstroem. O que os movem nem sempre são frutos de ações palpáveis, nem suas reações são resultado daquilo que ocorreu naquele imediato. Qual a diferença do bem e do mal quando a linha que os separa é tênue e frágil? Quem é mal, sempre sabe que o é? E quem é bom, o é porque opta? A voz que sussurra em seu ouvido é intuição? Ou apenas o vento? Neste povoado onde o imaginário se mistura com o real, personagens convivem com seus fantasmas, trilhando algum destino. Às vezes escolhido, às vezes determinado. Se existem caminhos inexplicáveis, aqui suas trilhas são pintadas com os tons do realismo e do fantástico: é a mulher que sofre com os desmandos do marido, é a criança que convive com os espíritos, é a mãe tentando superar os infortúnios dos filhos, é a menina que carrega escondida suas asas, é o homem resgatando sua identidade, é o crime sem castigo, é a bondade sem recompensa. São essas as asas que se abrem sobre os destinos das personagens, que se desenvolvem enraizados em sentimentos como o amor, a empatia, o medo, a traição, abrindo fendas nos solos atoladiços de suas vidas.