Após um período de industrialização acelerada nas décadas de 1930 a 1970, o Brasil ingressou em uma fase de desindustrialização que se estendeu por mais de uma década, entre 1980 e 1994. Essa reversão histórica, que culminou na perda de competitividade internacional e na reprimarização da economia, teve suas raízes em diversos fatores interligados. Um dos principais elementos que contribuíram para a desindustrialização brasileira foi a incapacidade de se inserir competitivamente no cenário internacional por não ter levado em conta a concorrência schumpeteriana. A falta de foco na inovação e na competitividade tecnológica se traduziu em uma dependência excessiva de subsídios estatais para manter a competitividade das indústrias nacionais. As crises do petróleo na década de 1970 e a subsequente escassez de crédito internacional expuseram as fragilidades da estratégia industrial brasileira. Sem capacidade de competir tecnologicamente, a indústria nacional se viu refém dos subsídios estatais, que se tornaram cada vez mais onerosos para o governo. Na década de 1980, a priorização da macroeconomia de curto prazo em detrimento das políticas industriais e de ciência e tecnologia aprofundou o cenário de desindustrialização. A desindustrialização brasileira teve um impacto negativo significativo na economia do país, com perda de indústrias de alto valor tecnológico, aumento da dependência tecnológica e reprimarização da economia, mostrando a importância da inovação para a economia.