Uma análise esclarecedora do movimento anarquista brasileiro. Desafiando a tradição de uma história do movimento operário escrita por intelectuais e lideranças ligadas ao Partido Comunista, Margareth Rago traz à cena a militância anarquista, que até então havia sido desqualificada, atirada para o lugar de momento romântico, inconsciente e inconsequente. Baseado em rigorosa pesquisa, o livro esclarece que o anarquismo foi fundamental para a formação da classe operária brasileira e para a elaboração de uma cultura operária, própria e distinta daquela encarnada por seus patrões. Além disso, a autora rompe com a versão masculina e masculinizante da história da classe e do movimento operário. Ressalta a importância da presença feminina na nascente classe operária brasileira, dos fins do século XIX aos anos 1930, e o papel que o discurso anarquista exerceu ao instaurar os primeiros questionamentos das hierarquias entre os gêneros, e ao afirmar o direito feminino ao trabalho fora do lar.