Qual é o tom da indústria da música quando falamos de racismo e diversidade no Brasil? Qual é a participação de mulheres e afrodescendentes em cargos executivos?
Essas são algumas perguntas que buscamos responder. O primeiro dado que encontramos: em 46,4% das organizações da música, a presença de negros é de 0% a 15% em relação ao total de empregados.
Em outros países há pesquisas que indicam o mesmo problema. Nos Estados Unidos, um relatório mostra que as posições de liderança ainda favorecem esmagadoramente os homens brancos. Apenas 13,9% dos executivos pertenciam a grupos raciais sub-representados e 4,2% eram negros. As mulheres representavam 13,9% dessas funções.
De acordo com o Ecad, entre os 100 compositores com maior receita, há apenas duas mulheres.
"Por que não abrem as portas para mais artistas pretos? Isso mostra como ainda estamos muito atrasados. Não podemos esperar outros 500 anos no Brasil para mudar isso", Éliton Nascimento, gerente de Artistas e Selos do Spotify
"A mudança é frustrantemente lenta. Minha impressão é que o campo tem sido um pouco mais bem-sucedido em elevar artistas negros do que na área técnica ou de suporte", Ed Harsh, formado em Yale e na Columbia University, um dos fundadores e CEO da New Music USA
"O algoritmo utilizado em serviços de streaming tem mais probabilidade de recomendar músicas de homens. Apenas 25% dos artistas ouvidos são mulheres", Ferraro (2021)