Dentre tantas características que fazem o ser humano ser o que é, talvez a menos lembrada seja sua capacidade de converter um determinado tipo de energia em outro para seu aproveitamento. O nível de complexidade em cada etapa evolutiva, a fim de otimizar esses processos, criava uma sociedade cada vez mais organizada – e excludente, à medida que o nível de densidade energética exigida em cada etapa fosse maior. Respeitando as regras epistemológicas e circunstanciais, a energia solar fotovoltaica passou pelos mesmos processos: décadas transcorreram desde sua descoberta por Becquerel ao desenvolvimento da primeira célula solar, outras mais até seu aperfeiçoamento e posterior utilização na corrida espacial, para então um momento de crise energética abrir uma brecha para sua utilização em larga escala como fonte de geração de energia. Em tempos em que a negação dos fatos parece ser a ordem do dia, lutar pela mitigação dos efeitos do câmbio climático parece transgressor.
Este livro pode ser entendido como um recorte científico nesse contexto energético e climático em que vivemos. Apoiado em ideias predecessoras, derivadas do próprio avanço técnico-epistemológico da tecnologia fotovoltaica, discorre em 5 capítulos sobre medidas experimentais em geradores fotovoltaicos acerca da distribuição de temperatura, tema que tende a ganhar relevância nos próximos anos. Uma leitura de um pequeno avanço dentro de um universo de revolução energética, urgente, necessária.