O livro coletivo Direitos e fronteiras planetárias: feminismos emergentes, organizado pelas professoras doutoras Déborah Silva do Monte, Liana Amin Lima Silva, Thaisa Maira Rodrigues Held e Verônica Maria Bezerra Guimarães, foi uma iniciativa conjunta das professoras pesquisadoras do Programa de Pós-Graduação em Fronteiras e Direitos Humanos da Universidade Federal da Grande Dourados, Brasil. O objetivo consistiu em reunir trabalhos científicos de pesquisadoras(es) de todos os gêneros e de diferentes regiões do país, bem como de outros países, que abordam pesquisas interdisciplinares no campo dos feminismos, percorrendo diferentes áreas do saber e temas como: ecologia, economia, política, antropologia, sociologia, direito, psicologia, saúde, sexualidade, trabalho, violência, raça, classe, interseccionalidade, racismo, colonialismo, (de)colonialidade, direitos coletivos, direitos étnicos, direitos da natureza, corpos e territórios, territorialidades, conflitos socioambientais, fronteiras, migrações, mudanças climáticas, pandemia, entre outros, à luz da perspectiva de gênero, direitos das mulheres e LGBTQIA+.
Os conflitos e violências de gênero, no contexto da crise planetária da contemporaneidade, revelam-nos formas outras de resistências políticas que aqui se denominam "feminismos emergentes". "Mulheres e não mulheres", conforme nos ensinam Cristiane Julião Pankararu e Claudia de Pinho Pantaneira, de diferentes etnias e religiões revelam e expressam formas de reexistência local/global pelo futuro da humanidade, a exemplo da participação das mulheres indígenas na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP26); da luta das mulheres Guarani e Kaiowá, Ñandesys e rezadoras no enfrentamento à Covid-19 e pelos direitos de retomada nos tekohas; da luta das mulheres negras de religião de matriz africana contra a intolerância religiosa; das mulheres quilombolas contra o racismo ambiental; das mulheres refugiadas e migrantes que se deslocam na luta pela sobrevivência e na luta pela vida e existência digna; da luta do movimento LGBT ao denunciar que o Brasil é o país que mais mata pessoas trans no mundo; entre outras graves situações de violações de Direitos Humanos que nos convocam para reflexão crítica aprofundada e partilha de pensares-sentires que possam despertar o esperançar.