Por acreditar que a virtude estava numa vida que fosse natural e não dependesse das dissipações e excessos da civilização, Diógenes de Sinope, também conhecido como Diógenes, o Cínico ou Diógenes, o Cão, foi exilado de sua cidade natal e se mudou para Atenas, onde teria se tornado um discípulo de Antístenes, antigo pupilo de Sócrates. Tornou-se mendigo e habitava as ruas da cidade, fazendo da pobreza extrema uma virtude. Consta que teria vivido num grande barril, em vez de numa casa, e perambulava pelas ruas durante o dia carregando uma lamparina acesa, alegando estar procurando por um homem honesto. Posteriormente, estabeleceu-se em Corinto, onde continuou a buscar o ideal da autossuficiência: por acreditar que a virtude era mais bem revelada na ação que na teoria, sua vida consistiu numa campanha incansável para desbancar as instituições e os valores sociais do que ele via como uma sociedade corrupta.
O livro não é apenas a narrativa da vida de um filósofo considerado antissocial, fora dos padrões da sociedade. Ele é um convite à reflexão contemporânea sobre os aspectos morais da vida atual, com suas implicações e consequências. As reflexões que essa história suscita são as responsáveis pelo fato de uma vida tão frágil e tão singular como a de Diógenes ter atravessado o tempo e chegado até nós. Nessa fragilidade e nessa singularidade, justamente, reside sua força.