Folheando esta promissora obra, leva-nos o conceito sobre as advertências que esta narração exalta, de forma muito objetiva e especial. Nosso irmão Luís Carlos confessa que, em sua mocidade, sua ambição vulcânica seria passar à humanidade os preceitos religiosos adquiridos no mosteiro, onde esteve recolhido por certo lapso de tempo. Nada lhe importava senão o desejo de transpor ditos conhecimentos de sua mente para os que praticassem delitos, visando conscientizá-los de um viver sacro e generoso. Mas, ao deixar a clausura do monastério, ele deparou-se com a triste realidade da perversa vida mundana.
Luís Carlos enveredou na luta insana contra as iniquidades e trilhou rumos diferentes da fé religiosa para a qual se preparara. Usando de sua liberdade de escolha e própria vontade, lutou destemidamente e alcançou a plenitude do Poder Judiciário. Adquiriu poderes que usaria em sentido contrário ao das lições de humildade tomadas de sua crença, ou seja, a ambição de crescer para punir, na cúpula dos tribunais. Mas o Juiz Luís Carlos não soube conciliar a força que lhe conferiam os Tribunais Civis com a conversão moral dos transgressores das leis. Em face de não se ater senão a aplicações de severas penas, sofreu abusos, maus tratos e sérias ameaças enquanto durou sua existência terrena.