As citações deste Dicionário, retiradas do vasto acervo de 17 volumes da Enciclopédia das Religiões, conduzida por Mircea Eliade em colaboração com Ioan P. Couliano, e elaboradas pelos maiores especialistas internacionais, enfatizam a origem e a persistência dessa criatividade, não somente em ocasiões solenes, mas também em observações, gestos e objetos do cotidiano. Por séculos, os símbolos foram vividos como portadores de um significado capaz de ultrapassar os limites humanos e se projetar em uma presença que se colocava como "outra". Descobre-se assim que até mesmo os objetos mais usuais – uma chave, um tecido, um espelho, uma joia – ou os gestos mais comuns como comer, dormir, oferecer um presente, brincar, não são aspectos triviais de nossa vida: na história da humanidade, foram carregados de um sentido que podemos ter esquecido, mas que atesta como a busca por significado está impressa nas profundezas do desejo humano. As grandes articulações dessa busca são traçadas no ensaio do historiador das religiões Jacques Vidal, que introduz esta obra.