Seu sonho era se tornar escritora, mas sua vida cheia de afazeres, empecilhos, dilemas, emoções e contratempos, fazem com que a autora relate de uma forma divertida, sentimental e romântica, entre trabalho, filhos, marido e casa, a vida de uma brasileira de meia idade em uma sociedade competitiva, meritocrática e eficiente que é a da Alemanha. A autora com seu temperamento latino e emotivo se confronta em várias situações com o lado prático do seu esposo alemão, gerando muitas lágrimas e risadas proveniente desse caos diário que os dois compartilham com os filhos adolescentes aos extremos. "Depois desse desabafo, resolvi desabafar com o meu marido, já que tinha começado iria continuar, ainda mais que percebi que nem pão pra janta ele tinha comprado. Mais fome, era a forma dele de dizer no meu aniversário que eu tinha que fazer uma dieta? Eu lhe disse que nunca me levava pra lugar nenhum e que se eu convidasse alguém pra vir aqui em casa, ainda tinha que cozinhar, limpar e servir, e que já estava de saco cheio disso tudo. Ele me respondeu, que era porque estava doente, mas e os outros 15 anos de casados, ele estava sempre doente? Ano passado foi porque era justo no meio da semana, esse ano é a gripe fatal, e assim continua. Eu não queria uma festa, só sair para jantar com minha família, fazer algo diferente nesse dia. E não assistir tv a noite como sempre e comer o que eu cozinho." "Estava olhando os vídeos de carnavais passados, quando uma lágrima nostálgica caiu dos meus olhos, o meu marido me perguntou se eu estava bem, eu lhe expliquei que essa época do ano me deixa assim, afinal em Salvador era verão, carnaval e música. Aqui era inverno, frio e a música, nem comento. Ele me consolou como todo alemão consolaria, prático, sensato e racional. Me disse que eu deveria estar feliz por ter podido vivenciar isto, e que tinha sorte que aqui também tinha carnaval, que eu tenho saúde e talvez um dia possa de novo passar o carnaval em Salvador quando as crianças estejam mais velhas (já imagino a cena, eu caquética pulando de bengalas atrás do trio, só rindo no meio de lágrimas)."