Elisa, 38 anos, é uma controladora de voo em constante crise. Fóbica, sem namorado, não confia em gatos, não come alface, foge de espirros e de interações fora da torre de comando. Acredita no poder preventivo da sombrinha e sonha com um mundo onde os bebedouros jorrem Lítio, Prozac, Rivotril, Ritalina - sem regulagem de jato. Na vida, tem como maiores aliados e algozes seu psiquiatra, seu psicanalista e Dorinha, a amiga desequilibradamente feliz. Vive em um céu de gorgonzola - não no sentido calórico, mas no putrefato, estragado, avariado. Sem seu Alterego, ela é normal. Com ele, é ilógica, absurda, irresistível.
Atenção: Este é um título inédito e, embora as pesquisas tenham indicado eficácia e segurança aceitáveis para comercialização e leitura contínua, efeitos indesejáveis - como delírios persecutórios, situações autoidentificáveis e risos não controlados - podem ocorrer. Não há relatos de interações medicamentosas. Não existe tratamento comprovado em caso de superdosagem. Se persistirem os sintomas, reinicie a leitura.
Máximas da complexidade das lógicas hipocondríacas
"Quando o dia promete ser bom, não o estrague passando manteiga."
"Surpresa é coisa insalubre."
"A cabeça dói enquanto for dor de cabeça."
"O prazer a gente esquece."
"A hipocondria é o refino da evolução."
"O desprazer envelhece conosco."
"O chão é o limite."
"A moderação é o limbo da hipocondríaca."
"Há sim mal que sempre dure."
"Rotina é a agulha do equilíbrio."
"Vinho é clássico, Rivotril é pop."
"Diagnóstico não é cura."
"Senhor, livrai-me dos fungos!"