Na narrativa ficcional, a salvação e a queda estão relacionadas à morte, tanto como tema, da vida de um indivíduo que chega ao fim, quanto estrutura, já que toda narrativa, para que tenha sentido, precisa de um fim. Neste livro, Carlos Palacios parte de uma análise da "pulsão de morte" de Freud para chegar à teoria da narrativa de Peter Brooks em torno da relação entre ficção e morte, buscando amparo em teóricos como György Lukács, Walter Benjamin, Maurice Blanchot, Octavio Paz, Northrop Frye, entre outros, e com referências a diferentes obras literárias. A partir daí, o autor realiza um estudo comparativo entre Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa, e O risco do bordado, de Autran Dourado, por meio do seguinte caminho: a queda primordial do protagonista que sai de casa rumo ao aprendizado; a morte do pai e seus múltiplos sentidos; a experiência frustrante com o amor; o pacto necessário para se manter viva a narrativa; e, por último, o acontecimento final nos dois romances, a morte de Diadorim, em Grande sertão: veredas, e a morte de Xambá, em O risco do bordado, cada uma com seu significado próprio e intimamente relacionado à salvação e à queda.