O presente livro trata de uma tentativa de reflexão sobre o problema da liberdade e do determinismo a partir do discurso psicanalítico. Tomando como eixos centrais do trabalho as categorias psicanalíticas de Sujeito, Desejo e Ato, o texto procura investigar não somente como o tensionamento entre liberdade e determinismo se dá atualmente, mas também quais foram as condições de possibilidades de tal tensionamento no interior do projeto de Modernidade ocidental. Na parte I, discute-se como foi constituído, a partir da noção de Aufklärung, o debate moderno acerca dos limites e das possibilidades teórico/práticas da autodeterminação do sujeito: tomando como referência o Idealismo Transcendental kantiano, a Fenomenologia e a Lógica hegeliana e a psicanálise freudiana, examina-se, em cada um dos casos, como se dá o encaminhamento da questão da liberdade humana. Na parte II, trata-se de avaliar, no "caso francês", em que medida o tratamento dessa questão formulado por pensadores como Foucault e Lacan relaciona-se ao forte impacto do programa estruturalista da "morte do sujeito" de Lévi-Strauss. Finalmente, na parte III será discutido, a partir de Marx e Lacan, como o tensionamento entre liberdade e determinismo na sua forma atual encontra "soluções de compromisso" que reconduzem ao cerne da questão as categorias de Sujeito, Desejo e Ato.