No momento em que o pai, Oscar Tomasi, volta para casa e confirma a ausência da filha, Alana, sente o chão se desgarrar sob seus pés; inicialmente, procura manter a calma, não entrar em pânico, porém, à luz dos fatos desfavoráveis, acaba avisando as autoridades.
À medida que as investigações avançam, vão-se escancarando as portas que separam o mundo dos adultos do castelo blindado dos adolescentes, vidas paralelas vêm à tona, arrastando consigo segredos traiçoeiros.
Quando se trata de um ente querido subtraído do convívio familiar, nem todos encaram o problema com a mesma emoção. As pessoas são desiguais por natureza. Há os resignados, que tentam reencontrar a paz na fé e na espiritualidade. Do mesmo modo, existem aqueles inconformados, categoria certamente mais sensível, certamente mais vulnerável, porém mais perigosa; passam o tempo a contemplar o nada, sabem que foram atingidos por um asteroide brutal de sequelas devastadoras, têm a sensação de que perderam alguma parte do corpo, um braço ou uma perna, que lhes foi arrancado, manifestam temperamento sombrio e sentem o ódio destilar dos poros, cegar as virtudes e envenenar a personalidade.
Despertar da Crisálida pode ser entendida como uma metáfora da vida, mas para Tomasi passa a ser a retribuição para todas as maldades.
E, se algum dia você topar com uma pessoa olhando para o vazio, deixe estar, ela só está à procura de sua Crisálida.