"Eu acho que grande parte das pessoas que vivem na favela no Rio de Janeiro, principalmente essas favelas que têm muito confronto [...] que têm conflito armado, muita violência, são pessoas que, em algum momento, já pensaram ou estão pensando em sair, em fazer esse deslocamento que realmente é um deslocamento forçado, porque você tem que sair dali, porque a sua vida que tá em risco" (Trecho de entrevista, janeiro de 2022).
O registro acima demonstra a problemática dos deslocamentos internos e forçados que se particularizam nos conflitos armados no Rio de Janeiro. Urge a necessidade de pensar a proteção social às vítimas desse fenômeno, no cenário em que os fluxos das migrações transnacionais contemporâneas e as violências são expressões das lutas de classes, que se dão na intrínseca produção das desigualdades de classe, gênero e raça/etnia, na ótica das políticas neoliberais que impactam à sociabilidade nos territórios de favelas.