Neste livro, proponho um mapeamento para o design, sua linguagem e educação, centrando-me na construção da ideia de projeto. O design, como atividade projetual, está ligado ao mundo da cultura, dos artefatos cotidianos, da comunicação visual, dos serviços, dos sistemas. Há um marco fundamental no período moderno, século XVIII, com o processo de industrialização e a produção seriada, quando passou a ser tomado como um projeto com vistas à reprodução técnica. Também como projeto, envolve concepção e resultado, articulações formais, funcionalidade e construção de significados. A educação em nível superior no Brasil tem recente tradição — a partir da segunda metade do século XX — junto à industrialização do país. Os cursos superiores tiveram início nos anos 1960, 1970 e, hoje, temos um cenário tanto diverso quanto híbrido de concepções educacionais. Para pensá-las, apresento experiências pedagógicas consideradas matriciais e que, hoje, ancoram-nos como campo. Apresento, também, um paralelo entre o design moderno e as novas questões colocadas pelo design contemporâneo, em que a abordagem de sua linguagem, pela percepção, bem como a consistência no trato da dimensão estética, são substratos a considerar na formação e educação contemporânea em design — notadamente no ensino superior, foco desta obra —, como forma de buscar e construir o conhecimento. Para tanto, estão presentes, na rede teórica, as concepções epistemológicas de Nelson Goodman, Michael Polanyi e Michel Foucault.