DESAFLORES é a narrativa de Liz, uma personagem que ganha vida e voz para contar uma saga existencial semelhante a de várias mulheres de origem humilde, cuja trajetória chega emocionar pela simplicidade e fidelidade às tradições femininas. É um enfrentamento às adversidades pelas quais estão sujeitas as mulheres em toda sua presença no meio social histórico, apesar das mudanças progressistas e de emancipação das quais muito se tem falado, lido ou vivenciado através dos tempos. Fatores de origem, experiências vividas e circunstâncias podem ter levado a protagonista à construção de uma realidade oprimida e de caráter revoltante, levando os leitores a opiniões radicais; no entanto, face a uma legislação machista e imutável, a personagem conduz um relacionamento opressivo e sem solução, evitando o feminicídio que certamente a personagem de Otávio acabaria por cometer, mediante à suas atitudes psicopatas dominadoras e a não aceitação do fim desse relacionamento. O livro aborda temas interligados como a homossexualidade, a droga, a infidelidade e a impunidade real, que acabam ocasionando uma vivência de sofrimentos desordenados, uma vida de aprisionamento e de rebeldia interior e, embora exponha angústias desumanas coloca nos acontecimentos futuros desfecho inusitado que a realidade deverá concluir. Liz é órfã, adotada, de emoções intensas e depressivas, mas é capaz de suportar as suas realidades, evitando que suas dores invadam demais a vida das amizades de quem a cerca; por isso partilha alegria, sorriso e tudo que floresce; nunca os mergulha no interior onde vive tudo que não são flores, seus Desaflores. Tudo fica em paz porque existe Deus! Mariah Azevedo