Ultrapassamos três décadas de trajetória democrática desde a promulgação da Constituição de 1988. Esse período trouxe a efervescência de novas narrativas e ações políticas e culturais, além de novas práticas de cidadania, configurações de mercado e readequações institucionais em diversos órgãos e estruturas do poder público. No entanto, apesar do espírito renovador da Constituição de 1988, há indícios de que as polícias civis não passaram por um processo organizado e profundo de autocrítica que lhes permitisse uma evolução estrutural adequada às mudanças históricas desse período.
Nesse sentido, quais seriam as bases para um plano efetivo de modernização da Polícia Civil? Quais inovações poderiam surgir no horizonte de um planejamento capaz de revitalizar essas instituições? Enfrentar essas questões nos conduz à necessidade de construir um projeto aberto a novas formas de trabalho, considerando erros e acertos do passado e do presente.
Utilizamos pesquisas recentes sobre a Polícia Civil e investigação criminal, realizadas por renomados cientistas sociais brasileiros para embasar nossas análises. Esse acervo foi fundamental para o diagnóstico, acrescido do conhecimento prático acumulado por alguns dos autores com longa experiência na Polícia Civil. Reafirmamos a convicção de que o teórico e o prático são dimensões complementares na modernização das polícias civis na sociedade brasileira.