Houve um tempo em que eu via a depilação como uma etapa comum da rotina, algo feito por obrigação e sem perceber o quanto aquele pequeno momento poderia se tornar um espaço de encontro comigo mesma, um instante em que o toque da pele revelava silêncios, lembranças e uma sensação profunda de pertencimento ao próprio corpo. Foi nesse gesto simples, repetido tantas vezes, que compreendi que cuidar de si não é sobre aparência, mas sobre presença, e que cada movimento de carinho é uma forma de dizer ao espelho que estamos vivas, inteiras e merecedoras de atenção e ternura em cada detalhe da nossa existência.