Nem sempre a violência é visível. Talvez tenhamos experimentado as primeiras e fundantes antes da palavra. Antonio Pokrywiecki não foge das perturbações de seus personagens, sem incidir no espetáculo empurrado pela linguagem.
Em sua estreia na contística, Antonio Pokrywiecki percorre ― com propósito e, quando quer, com maldade ― a ambiguidade dos signos do medo e do trauma. A imprevisibilidade que assombra pode ser tão assustadora quanto os próprios monstros. E os monstros também não fogem. Mas podem ser provisórios.
Nas palavras de Joca Reiners Terron : "Com extrema paciência, Antonio Pokrywiecki extrai do leitor suas prevenções e medos. Com o método e a lisura do dentista realizando seu trabalho num paciente sentado na cadeira elétrica".