Eduarda brinda-nos com uma preciosa análise dos muitos sentidos de deficiência que se produzem no imaginário social, nos jogos de imagens, nas condições concretas.
Suas análises desmistificam discursos: da igualdade de oportunidades, da responsabilidade social, das parcerias, da inclusão...
No esforço analítico de objetivação e compreensão do vivido, a voz da autora se entretece às vozes de outros e delas se nutre, na composição de um texto instigante, original e fecundo, marcado pelo adensamento conceitual e permeado pela emoção. É assim que ele reverbera, nos convoca e se abre a novas interlocuções.
Ana Luiza Bustamante Smolka
Professora do Departamento de Psicologia Educacional
da Faculdade de Educação da Unicamp.
Integra o Grupo de Pesquisa Pensamento e Linguagem
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Como as pessoas com deficiência e sua relação com trabalho são significadas pelos discursos das instâncias envolvidas com o tema?
Para responder a essa indagação, tomando por base determinadas condições concretas da sociedade brasileira contemporânea, Maria Eduarda Silva Leme desenvolve a pesquisa que apresenta neste livro.
O material submetido à análise é o discurso das instituições – órgãos públicos, empresas, terceiro setor – e o discurso das pessoas com deficiência sobre a questão, aos quais a pesquisadora tem acesso pelo lugar que ocupa nessa rede de relações.
Fundamenta o estudo a perspectiva histórico-cultural do desenvolvimento humano, particularmente as concepções de Vigotski e Bakhtin.
A análise dá visibilidade às contradições que permeiam os discursos sobre deficiência e trabalho e ao modo como os sentidos produzidos afetam os sujeitos que, incorporando-os, constituem-se em meio a essa complexa trama de significações.
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