Cercada pelo aparato tecnológico envolvido na transmissão televisiva, ao vivo, renomada repórter, mesmo na ausência de contatos prévios com o entrevistado, especialista em sertões antigos, entra no ar e pergunta-lhe: como o bandeirante Manuel de Borba Gato pode contribuir para a narrativa da reportagem seriada Cidade Perdida encontrada pelos bandeirantes em 1754, e desaparecida, nos sertões baianos?
O entrevistado vira-se e os Olhos-Câmera revelam sua identidade: um velho gato de aparência chinesa.
De olho na audiência conquistada pelo felino doméstico, este, em vez de ser enxotado do set, é enquadrado de cauda arrepiada, sinais de alto grau de agressividade.
A trama contemporânea explora os processos criativos e desafios enfrentados por uma repórter em sua jornada profissional e pessoal como a reação do velho gato que golpeia seu multicapacete tecnológico atingindo o kit da antena de transmissão, interrompendo a externa e deixando a repórter, com suas imitações humanas, ferida e no breu.
Aborda o mundo da comunicação, do jornalismo, da produção cinematográfica e da relação entre ficção e realidade. O velho gato chinês estava mancomunado com alguém para impedir a veiculação da reportagem? Ou ele me atacou porque sou mulher-mídia? Ou nada é mais insondável que a alma feminina?