O livro "Decifrando o Espectro: Uma abordagem conceitual sobre o autismo", é uma obra que explora o Transtorno do Espectro Autista (TEA) de forma abrangente, desde sua definição e evolução histórica até os desafios e oportunidades na vida de pessoas autistas.
As autoras enfatizam que o TEA é uma condição neurológica complexa e diversa, não uma doença, que se manifesta por meio de padrões de comportamento e comunicação únicos, reconhecendo a amplitude de suas manifestações individuais.
A obra detalha a evolução da compreensão do autismo, desde as primeiras descrições de Leo Kanner em 1943 e Hans Asperger em 1944, passando pela desacreditação da "teoria da mãe geladeira", até a unificação diagnóstica no DSM-5 em 2013, que consolidou todos os subtipos sob o conceito de Transtorno do Espectro Autista.
O livro aborda os sinais e o diagnóstico precoce do TEA, que é clínico e realizado por uma equipe multidisciplinar, destacando a importância da intervenção terapêutica precoce para otimizar o desenvolvimento e a qualidade de vida.
Os capítulos subsequentes aprofundam-se em aspectos específicos, como os desafios na comunicação e interação social, incluindo a ecolalia e a literalidade da linguagem (sentido mais direto e óbvio das palavras, sem ambiguidades ou conotações), e estratégias como o uso de apoios visuais e tecnologias assistivas.
O processamento sensorial, com hipersensibilidade e hipossensibilidade a estímulos, é detalhado, e são apresentadas estratégias de adaptação e o papel da terapia ocupacional. Comportamentos repetitivos e interesses restritos são explorados como funções de autorregulação e potencialidades para o desenvolvimento e aprendizagem.
O papel essencial da família e da comunidade no apoio à jornada do autismo é destacado, enfatizando a importância da educação parental, grupos de apoio e a luta pela inclusão social.
A educação inclusiva é apresentada como um pilar fundamental, com foco em planos de desenvolvimento individualizados, adaptação curricular e uso de tecnologias assistivas. A transição para a vida adulta e a autonomia são abordadas, discutindo desafios de emprego, relacionamentos e moradia independente, e a necessidade de apoio contínuo.
O livro culmina com o conceito de neurodiversidade e aceitação, promovendo a valorização das diferenças neurológicas como variações naturais da cognição humana. Por fim, são listados recursos e ferramentas práticas, incluindo literatura, plataformas online, organizações de apoio e dicas para o dia a dia, com o objetivo de otimizar o desenvolvimento e a qualidade de vida de pessoas no espectro autista.