As fronteiras entre a produção historiográfica e o discurso político são frequentemente reconfiguradas através de novas leituras da História, possibilitando múltiplas interpretações acerca dos processos constitutivos de identidades nacionais e abrindo espaço para instrumentalizações políticas. A historiografia de Joaquim Pedro de Oliveira Martins e suas concepções sobre o processo de decadência da nação portuguesa evidenciam uma construção narrativa pautada na lógica dialética hegeliana e nas teorias do organicismo social, visando legitimar o cesarismo enquanto regime transitório rumo ao socialismo catedrático em Portugal. Este livro aborda também o contexto político e cultural em que se desenvolveu a Geração de 1870 em Portugal e como a ideia de Decadência articula-se enquanto eixo de coesão entre seus membros.