Este não é apenas um livro de contos breves. É uma pitada de sal, um amargo na boca, pode ser um soco no estômago ou apenas provocar uma risada maliciosa. Nesta obra de ficção, a autora apresenta personagens únicos e, ao mesmo tempo, que podem gerar identificação com os leitores, em retratos cirúrgicos de um momento em suas vidas em que paira a tensão no ar, permitindo ao leitor ser transportado para o seu mundo interior para analisar seus próprios preconceitos e julgamentos.
O desfecho de cada conto pode ser irrelevante, ainda que a autora sempre busque ao final causar algum sentimento dilacerante no público (como preconizava Edgar Allan Poe) – pois o tema proposto em cada breve história, em si mesmo, já é o ticket de viagem para o leitor acessar o seu "eu" mais profundo.
A autora propõe uma leitura fluída, tendo cada palavra sido escolhida a dedo. Não há excessos, não há prolixidade. Há apenas a verdade nua e crua da vida e de nosso encontro íntimo, tudo com elegância e sensibilidade, de Salto Alto.