Com uma pitada de comédia, ouso contar minha experiência de viver com um câncer gigante no coração, não cirúrgico e resistente a quimioterapia.
Passando pela minha melhor fase profissional, com o corpo renovado por uma cirurgia plástica recém-realizada e curtindo a felicidade de ser mãe de uma bela mocinha, descobri que um tumor enorme habitava em meu peito. De repente, câncer!
O jagunço poderia ter acabado com a minha paz, mas me fez abrir os olhos para percepções nunca notadas. Descobri como a vida de um paciente oncológico pode ser cheia de aventuras, descobertas e embaraços.
A rotina dos oncológicos passa pela capacidade de fugir dos matos milagrosos, refletir sobre as portas que a careca é capaz de abrir e aceitar o descontrole que se tem sobre a própria vida.
Não é preciso ser guerreira sempre. Sofrer também é permitido. Às vezes, o que queremos é reclamar, e não resolver. E está tudo bem!
O câncer poderia ter me destruído, mas descobri uma cura que vai além do físico. Sorrir é possível. Sempre temos essa escolha. Sem sombra de dúvida, viver o câncer está entre as melhores experiências que passei na vida.