Em De Menina à Mulher, a autora traz uma discussão com diversos autores, observações e entrevistas com meninas e professoras de duas escolas, onde mostra como acontece a construção da identidade das meninas, considerando a moldagem dos seus corpos, da sexualidade e do inconsciente, com a vigilância e punição enquanto instrumentos de domesticação. Debate a dicotomia entre corpo e mente exigida pela escola, a discriminação às meninas no emprego genérico de substantivos masculinos para definir a mulher, que exclui a menina enquanto linguagem. Teoriza o uso de iconografias nos livros didáticos como instrumentos de transmissão de ideologias, e a omissão da mulher enquanto protagonista da história da humanidade, excluída dos conteúdos existentes nos livros didáticos. Elucida que a educação formal poda o desenvolvimento natural de cada pessoa, moldando comportamentos tomando como paradigma um modelo considerado ideal pela sociedade, mostrando a professora como importante figura feminina no espaço escolar, que, inconscientemente, torna-se elemento perpetuador de ideologias sexistas, auxiliando na construção da identidade de meninas, futuras mulheres, exigida pela sociedade.