"Das declarações de amor" tem um tom epistolar, de carta, mensagem ou bilhete; "que eu não fiz", por um outro lado, se impõe com sentido diferente, pois com o livro aqui posto, provas que se fez, então este não fazer, inscreve os poemas no horizonte da espera e idealização do amado: a epopéia desta Penélope moderna à espera do Odisseu que seus versos cantam e preparam. E assim como o título, é só aparentemente simples; assim é toda a poética de Mary Paes: versos, à primeira vista, simples, e que de repente explodem espalhando uma ampla marca de significações, nos arrancando os olhos do senso comum.