O ensaio que se apresenta aqui é uma reflexão. Seus temas centrais, a capacidade das sociedades de hoje de impedirem e mesmo reverterem a destruição que vem sofrendo o planeta e a possibilidade de se estabelecer um ambiente social com bens e serviços distribuídos de forma mais equitativa e harmônica. Embora sejam temas discutidos pelas lideranças políticas do mundo, os resultados práticos se mostram pálidos. Esta palidez é explicada, de forma original, pela forma como os agrupamentos humanos regulam o seu funcionamento e mantêm a solidariedade entre os indivíduos que o compõem. O regulador dominante nas sociedades contemporâneas é o Mercado (com letra maiúscula, para diferenciar-se do local onde se dão as transações comerciais). À sociedade por ele regulada chamamos de Sociedade Mercadológica. Ela é voltada para o consumo compulsivo, a competição, a acumulação de recursos em poucas mãos e para o econômico, criando um ambiente que inviabiliza a superação dos desafios de conter a destruição do planeta e de criar um ambiente social favorável à equidade entre as pessoas, os quais, dentro da visão que norteia este ensaio, só serão superados pelo regulador Ético, baseado no respeito e empatia ao humano e à Natureza. Com este olhar perguntamos: é possível que as transformações sociais em curso direcionem a humanidade da Sociedade Mercadológica para a Ética? A expectativa é que o leitor possa refletir e responder a esta pergunta, acompanhando o roteiro deste ensaio.