O livro Da pressa à urgência do sujeito – Psicanálise e urgência subjetiva no hospital geral aponta-nos que a psicanálise, bem como os que se orientam por sua teoria e práxis, depara-se hoje com o desafio de sustentar uma clínica dentro das instituições, expandindo suas fronteiras para além dos settings tradicionais. A obra convida-nos a pensar, a partir de um laboratório de pesquisa clínica, que, no hospital geral, o psicanalista com o seu saber-fazer busca valer-se da teoria inaugurada por Sigmund Freud como prática possível de ser aplicada ao contexto da instituição hospitalar. É no espaço do hospital geral que o psicanalista é convocado a colocar seu saber-fazer em cena. E é a partir da pressa por concluir, própria da urgência médica, que o analista buscará privilegiar uma abertura temporal; uma pausa necessária para que o sujeito ocupe-se de outro tempo, possibilitando a ele, a partir da fala, uma abertura para um tempo de compreender, um tempo que vise a recolher os objetos caídos e articulá-los a uma nova cadeia significante. Por seu conteúdo rico, partindo da práxis do trabalho de uma psicanalista no hospital geral, esta leitura torna-se fonte importante de transmissão da Psicanálise nessa instituição.