"Da cor da dor" é uma obra ímpar. Suas páginas revelam elementos importantíssimos - e nem sempre relatados - para a compreensão do que significa conviver com um transtorno. Seu título também poderia ser, como foi uma das opções propostas pelo autor, "Um Manual Prático do Bipolar", por ter como objetivo auxiliar portadores do Transtorno na compreensão de seus estados e na busca por cuidados necessários para conviver com a bipolaridade. Longe de apresentar receitas prontas, Massoni conta sua história e compreende que somos seres singulares, diversos, e que cada portador de um Transtorno Afetivo Bipolar vivenciará, de maneiras também singulares, as cores e as dores de seu viver. Ainda assim, ao compartilhar seu mergulho nas profundezas do Transtorno - e mais que isso - nas profundezas de seu ser, Beto indica sinais e sintomas a serem observados; que tipo de ajuda se pode procurar; a importância do apoio da família e dos amigos; e, acima de tudo, a necessidade de um canal para expressar seus sentimentos e pensamentos na intensidade em que se dão com o bipolar. A arte é seu canal, é o que lhe dá a cor da vida. Certamente Beto não sofre de "artepenia", ou seja, ausência de arte na vida. Sua história mostra o quanto a arte pode ser "curativa" e que, se não traz "a cura", pode ser o canal necessário para nos manter vivos." (Monica Aiub)