A narrativa de DA BONDADE E DA MALDADE DOS HOMENS desenvolve-se em pequena (e fictícia) cidade ao sul do país. Bem pequena a cidade, cerca de vinte mil habitantes, e seus moradores, a maioria deles, são de origem alemã. Uma colônia germânica no Brasil, em pleno século XXI. Natural que haja um certo preconceito entre brasileiros e germânicos. De um modo geral, entretanto, Brasil e Alemanha convivem pacificamente. Muitas histórias no mesmo livro, e que não estão interligadas entre si. Todas de diferentes matizes e cada história com seus personagens próprios. Cidadezinha monótona, sonolenta, mas aqui acontecem coisas que acontecem em Nova York, Londres ou no Rio de Janeiro. Os homens e as mulheres ipiunenses são de carne e osso, matéria e espírito, iguais aos homens e mulheres das grandes cidades. Homem casado, sendo surpreendido pela própria esposa, na cama com outro homem, passando pela esposa que, por vingança, trai o marido, pelo policial corajoso e até pelo menino traquinas, são alguns dos personagens que compõem o universo do livro. Leitura agradável. O bom e o mau se confundem, proporcionando aos seus personagens – do bem e do mal - a oportunidade de se revelarem, com suas histórias inverossímeis, quem realmente são. Histórias inimagináveis em cidade pequena. Qualquer descuido para aqueles personagens mal mencionados pode ser terrível, porque em cidade pequena, "fofoca corre mais depressa que notícia ruim". Só a cidade é pequena. Seus personagens – alguns deles – não tem nada de pequenos. E agigantam-se quando assumem suas verdadeiras identidades de pessoas más. Há os homens bons. Felizmente. Mas estes, ao contrário dos perversos, não dão audiência, não vendem jornais. Nem livros. Não querendo fazer a apologia do mal, mas tem que haver uma mistura para a salada ficar boa.