Apesar de termos hoje um número significativo de pesquisas sobre currículo no Brasil, boa parte ainda não está incorporada às discussões envolvendo a matemática escolar. Esse livro busca preencher essa lacuna ao aproximar, confrontar e articular ideias desses dois campos afins, para analisar o papel das disciplinas escolares em face das questões da contemporaneidade.
Ao entender a matemática como prática social, cultural e política, o autor defende um ensino mais igualitário, pautado não só nos saberes institucionalizados, mas também naqueles que pertencem ao repertório e à subjetividade de cada aluno. Para isso, constrói uma proposta alicerçada em teorias curriculares e educacionais em consonância com a etnomatemática, que se apoia, sobretudo, no fortalecimento da diversidade; com a educação matemática crítica, que se preocupa com os aspectos políticos da área; com a modelagem matemática, que é peça importante dos debates envolvendo a matemática escolar e as relações de poder; e com a enculturação matemática, que apresenta uma proposta de currículo centrada na dimensão cultural.