A presente pesquisa propõe reflexões a partir de teorias praticadas e/ou práticas teorizadas sobre ensinar-aprender, cruzando experiências como professora-mediadora de processos em dança, com teorias pedagógicas, estudos do corpo em movimento e das manifestações culturais, buscando inspirar criações de metodologias plurais que brotem na liberdade e cresçam potencializando afetos. Nessa investigação, a metodologia utilizada é A/R/Tografia para experienciar a integração da prática, teoria e poética na construção de uma dissertação, acolhendo reflexões sobre os fazeres artísticos, o ofício do professor, a pesquisa e a construção de conhecimentos a partir da dança. Nos últimos anos, a fotografia foi incorporada aos meus processos de ensino-aprendizagem, em parceria com a fotógrafa Renata Spinelli, que passou a atuar não apenas como registro, mas também como parte construtora dos meus estudos em dança, com uma espécie de escrita visual. Para integrar a narrativa desta pesquisa, desenvolvi o espetáculo Memórias Artesanais, a pesquisa em cena, o palco como parte do processo de ensinar-aprender dança enquanto arte cênica. O cultivo das danças está relacionado à diversidade de cada solo e sua cultura. Nesta pesquisa, solo é território, o local, a comunidade, o bairro, a rua, um corpo material ocupado por muitos corpos e histórias em movimento. Cultivo é processo contínuo de cuidar do solo e/ou aquilo que dele provém, e cultura é a ação do cultivo. A dança pode criar diálogos através do não dito, cultivando o encantamento, o entusiasmo, por uma ética amorosa que nos permita abrir novos campos culturais, criar memórias e sonhar novos mundos.