Certa vez Carlos Drummond de Andrade chamou as suas crônicas de croniquices . É que, antigamente, a crônica era algo mais sisudo e se limitava a compilações de grandes fatos históricos. Então, o que Drummond quis dizer nas entrelinhas é que, no mundo contemporâneo, esse tipo de escrita passou a refletir quase tudo, desde a vida cotidiana, a política, os costumes, as piadas e até a história propriamente dita. Claro, também vieram as crônicas especializadas disso ou daquilo, mas, a crônica a que Drummond se referiu e que é dominante neste livro, é aquela sem amarras , leve, variada e dispensando certas especializações. UMA ESPÉCIE DE MISTURA ENTRE O JORNALISMO E A LITERATURA. isso tudo se encaixa perfeitamente nos agitados dias atuais, muitas vezes em um território livre da imaginação, mas sem esquecer da realidade, pois usa textos curtos, linguagem simples, poucos personagens e, quase sempre, com algum item cultural, além das pitadas de humor e de críticas, resultando em uma leitura agradável, proveitosa e própria para a agitada vida em que vivemos.